quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Não trago a pessoa amada, mas entendo a sua dor



Não trago a pessoa amada, mas entendo a sua dor

 

Por mais que esteja doendo e que essa dor se pareça sem fim, eu espero que você entenda que essa dor faz parte de um ciclo, muito semelhante ao luto, pois algo em sua história também morreu, seu relacionamento. E eu não vou mentir para você com uma fórmula mágica para trazer a pessoas amada, mas caso precise, você terá alguém para reconhecer a sua dor.


Talvez para quem não esteja com seus planos desmembrados, não entenda o que eu tenho aqui para oferecer, mas reconhecer a dor do outro é muito importante, é preciso respeitar esta fase e não diminuir, pois a dor é singular, então não venha com frases como “não é nada”, “vai passar” ou “tem gente com problemas muito maiores que os seus”. Deixe de ser mesquinho com a dor do outro. Por isso eu repito, não trago a pessoa amada, mas entendo a sua dor.

 

Entendo que havia um planejamento futuro, que pode e por isso deve seu refeito. Refaça seus planos, reconfigure-se, tenha posse dos projetos e faça o que quiser com eles, inclusive desfazer deles e escrever novos. Parece até que é o fim, eu sei, mas não é “o fim”, na verdade é só “Um Fim”, que possibilita que aconteça um novo ciclo, só não tenha pressa, lembre-se de não apressar o rio (ele corre sozinho), por isso não desmereça o tempo que ainda estiver doendo, não tenha vergonha dos seus sentimentos e não diminua o que te aflige.

 

Voltando ao comparativo com o luto, pois é isso que ocorre, em teoria é dito que o luto funcione em um ciclo com 5 estágios muitos bem estruturados, indo da negação até a aceitação, só que na prática não bem é assim tão fácil, os estágios passeiam entre si e oscilam de pessoa para pessoa e é por isso que o tempo de luto é único para cada um e aqui funciona igualzinho. Então não se compare a outras pessoas quando pensar que ainda sente falta da pessoa amada, não confunda as histórias, a sua história tem o tempo “x” e o de fulaninho tem o tempo “y” e está tudo bem.


Estamos chegando no fim deste texto, lembrando que algumas pessoas conseguirão passar por isso sozinho, mas outras irão precisar de auxílio psicoterápico, caso precise, pode contar comigo. Também deixo um exercício: caso sinta que faltou algo para falar a pessoa amada escreva uma carta, leia em voz alta para você e veja se isso aliviou, em seguida, essa carta pode ser queimada, guardada, enviada ou o que mais você pensar. Só se lembre de respeitar o espaço do outro. Por fim, quando essa dor passar, tenha o coração aberto pois outros relacionamentos podem vir, então tenha os sentidos atentos deixando que eles percebam um novo amor.

 

Tiago Malta

Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2020


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