segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Edward Titchener (A Origem do Estruturalismo na Psicologia)


Edward Titchener
(A Origem do Estruturalismo na Psicologia)

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A Escola Estruturalista na psicologia foi fundada pelo Edward Titchener, ela foi a segunda grande escola de pensamento no campo da Psicologia. Titchener foi discípulo de Wundt na Universidade de Leipzig (Alemanha), e se dizia leal ao seu mentor enquanto alterava o seu sistema. Enquanto Titchener enfatizava o estudo das partes de um sistema, Wundt destacava estudo do todo.

Titchener foi influenciado pela doutrina mecanicista e se concentrava nos elementos mentais (conteúdos mentais) mediante o processo da associação, mas descartava a doutrina da apercepção de Wundt.

“O espírito mecanicista é evidente na imagem estruturalista dos observadores que lhe forneciam dados. Nos relatórios de pesquisa publicados na época, os sujeitos eram por vezes chamados de reagentes, termo usado pelos cientistas para denotar substâncias que, por causa de sua capacidade de ter certas reações, são usadas para detectar, examinar ou medir outras substâncias. Um reagente costuma ser um agente passivo que é aplicado a alguma coisa para produzir determinadas respostas. O paralelo com a química é evidente. ” (Schultz)

Mecanicismo é uma Doutrina filosófica Determinista que enfatiza um entendimento de mundo através de processos mecânicos. Sendo assim dentro desta ideologia a natureza é percebida como uma máquina. Este pensamento também influenciou a fisiologia onde um organismo de um ser vivo pode ser interpretado a partir causalidades e suas consequências de origem físico-química (Causalidade Mecânica). Esta postura se opõe diretamente a concepções e filosofias vitalistas que postulam e a existência de uma força vital que governam a natureza.

A psicologia estruturalista de Titchener tem como objeto de estudo a experiência consciente do indivíduo, diante das suas diversas experiências e sensações e por isso depende diretamente do indivíduo que a vivência. Para estudar esses processos ele utiliza o método introspectivo. A consciência é definida como a soma das nossas experiências em intervalo de tempo determinado e a mente como a soma das experiências acumuladas de uma pessoa. Enquanto a primeira é relacionada a processos mentais que estão ocorrendo num momento específico, a segunda fala da “coleção” total destes processos. Apesar do objeto de estudo do estruturalismo estar defasado. A Introspecção ainda é muito utilizado dentro da psicologia. 

O método introspectivo foi a primeira análise científica utilizada na psicologia. Wundt desenvolveu este método em seu laboratório de psicologia em Leipzig calcado na tradição do empirismo de Kant, que tem como objetivo realizar uma autoanálise mental. A psicologia de Wundt estudava a experiência consciente decompondo-a nos seus elementos mais simples. Por isso seu método era baseado na auto-observação (percepção interna), pois entendiam que o indivíduo que passa por uma experiência específica, é a pessoa mais indicada para relatá-lo. 

“Os indivíduos eram submetidos a estímulos numa situação padronizada; auto-observando-se descreviam a observadores treinados o que sentiam e assim permitiam a análise dos processos mentais conscientes. “ (ABC da Psicologia).

Somente os indivíduos submetidos aos estímulos podiam observar suas experiências, enquanto os observadores somente escreveriam este relato verbal de forma neutra sem intervenções, eles deveriam descrever suas experiências em termos de estímulo. Sua equipe era treinada para evitar o que chamavam de erro de estímulo, que consiste em confundir o processo mental consciente envolvido com o seu objeto-estímulo de observação e assim não conseguiria distinguir o que sabe sobre o objeto de sua própria experiência imediata.

Titchener aperfeiçoou a metodologia de Wundt, tornando-a mais próxima da Introspecção experimental de Külpe. Wundt foi orientador de Külpe em sua tese de doutorado, amigo de Titchener que conheceu em Leipzig e fundou em Würzburg seu laboratório de psicologia. A diferença entre o método de Wundt e seus discípulos, é que enquanto o primeiro estava interessado mais nas reações objetivas e quantitativas ao estímulo externo, Titchener se interessava nos relatos subjetivos e os elementos da consciência. Porém se assemelhavam no rigor a repetição do experimento e na obediência normas técnicas da experimentação científica.

O método introspectivo continua a ser usada atualmente na psicologia como método auxiliar dentro da psicoterapia e outras vertentes. Foram utilizados tanto de Jean Piaget até Sigmund Freud, passando por Aaron Beck. Escolas tão diferentes em essência como a psicanálise, terapia cognitivo-comportamental e Gestalt-terapia utilizam esse método, mesmo que ela tenha se modificado ao longo de tantas décadas.

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