terça-feira, 21 de maio de 2024

Complexo de Inferioridade na Psicoterapia



Complexo de Inferioridade na Psicoterapia

A busca pela perfeição em um mundo cada vez mais competitivo e de aparências, somada a uma falta de amor próprio e não conseguir atingir uma “perfeição”, são as principais causas que levam cada vez mais as pessoas a se sentirem inferiores. O Complexo de Inferioridade é um sentimento que uma pessoa se sente inferior por algum motivo ou situação. Ele se manifesta com uma sensação de baixa autoestima, culpa, e incapacidade, ou seja, de não estar à altura dos padrões sociais. Ele está relacionado a uma incerteza constante sobre si mesmo, mas que, em demasia e sem tratamento psicológico, pode causar limitações na vida pessoal, social e profissional, pois percebem um não pertencimento a um ambiente específico, pois acredita que suas características e habilidades são insignificantes.

Os pais, mantendo padrões impossíveis de comportamento, transformam a vida de seus filhos num inferno. Cometem o erro fundamental de lutar pela perfeição em vez de lutar pelo desenvolvimento. Com sua atitude idealista, ambiciosa, conseguem o oposto às suas intenções, detêm o desenvolvimento, disseminam confusão e promovem sentimentos de inferioridade. (Frederick Perls - Ego, Fome e Agressão)

A vida diária das pessoas é fortemente impactada pelo complexo de inferioridade. Os relacionamentos afetivos, sociais, acadêmicos e profissionais podem ser afetados por esse estado emocional. O medo de ser rejeitado ou não ser amado pode ser uma consequência do sentimento de inadequação. O ciúme e a insegurança podem surgir de comparações constantes entre as pessoas que lidam com esse complexo, podendo prejudicar a comunicação e a confiança em seus relacionamentos. O desempenho acadêmico pode ser afetado pelo complexo de inferioridade. A falta de autoconfiança pode resultar em falta de confiança nas próprias habilidades e a insegurança pode prejudicar a motivação para enfrentar desafios, o que afeta diretamente o desempenho necessário. Na vida profissional, o complexo de inferioridade pode se manifestar como uma autodesvalorização, o que impede o avanço e a busca por novas oportunidades.

A principal forma de tratamento é por meio da psicoterapia. Afinal, o complexo de inferioridade é gerado em razão de pensamentos negativos e crenças falsas e o psicólogo trabalha no controle dos sintomas e na reformulação do funcionamento interpessoal. A psicoterapia auxilia a identificar falsas percepções e pensamentos prejudiciais, desenvolvendo novas habilidades de enfrentamento, além de trabalhar os medos, incentivando a se desafiar e avançar em busca de uma versão melhor. Vale lembrar que o Complexo de Inferioridade não vai sumir da noite para o dia, não estamos fazendo miojo, e mudanças levam tempo.

Primeiramente é preciso reconhecer o seu complexo (insight). Em seguida é desenvolver uma compreensão realmente profunda de onde vem esse sentimento de diminuição, investigando cicatrizes e ausências formadas no início da vida e explorando as situações que reforçam essa sensação. A psicoterapia auxilia a mudar o foco e enxergar as coisas com outras perspectivas. Por último, melhorar a sua percepção de autoestima reparando seu senso de autoconfiança. A psicoterapia é o remédio mais eficaz para enfrentar essa questão! Outras estratégias que eu recomendo além da psicoterapia são meditação, exercícios físicos, atividades como música ou teatro e exercícios de autoconhecimento para auxiliar na interação social e autoestima.

A expressão “complexo de inferioridade” foi usada pela primeira vez em 1907, pelo psicanalista Alfred Adler (discípulo de Freud) para designar o estado neurótico que tem por fundamento o sentimento de insuficiência ou incapacidade para enfrentar a vida e os seus problemas. Adler considerava que as sensações de impotência ou menos valia se desenvolviam na infância, quando a criança a partir de experiências negativas, assim reconhecendo sua fragilidade diante do mundo e sem receber apoio, elogios e incentivos. Embora essa teoria tenha sido criticada por sua falta de base empírica, ela ainda oferece lições sobre como lidamos com nossas inseguranças e como podemos buscar a autorrealização. Para Alfred Adler o sentimento de inferioridade é um estado normal e comum a todas as pessoas. Ele não deve ser percebido como uma fraqueza, mas sim um estímulo motivador.

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