terça-feira, 17 de novembro de 2020

Bakhtin (A Origem do Estruturalismo na Psicologia)



Bakhtin (A Origem do Estruturalismo na Psicologia)



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Mikhail Bakhtin estudou psicanálise, linguística, estruturalismo, marxismos, teologia e semiótica para desenvolver seu pensamento, ele é conhecido como o filósofo da linguagem. Bakhtin compreendeu a linguagem como interação, tirando o estudo da língua de uma estática fria e distante do interlocutor, essa é a principal contribuição de Bakhtin e sua gangue em nossos estudos estruturalistas, pois enxergaram na linguagem a multiplicidade de vozes que compõem a singularidade do ser humano.

O ser para se tornar como tal precisa ser reconhecido, ouvido, respeitado. Não bastava estudar apenas língua em moldes estruturalistas que deixavam o ser humano fora do campo de estudo, afinal nós que projetamos essa fala, a recebemos e somos influenciadas por ela.

O estruturalismo saussuriano não pode responder a todas as questões linguísticas da época, porém concebeu as bases para Bakhtin continua-la, ele enfatizou que a linguagem só se concretiza com a interação. Há uma influência direta na dialógica de Martin Buber, mesmo que não esteja mencionada.

“Alguns aspectos fundamentais na obra de Bakhtin que revelam a expressiva influência de quem o antecedeu nos estudos e na filosofia: Martin Buber. Ainda que o filósofo russo seja indiferente em indicar nas suas obras as fontes” (Cristina Momberger Zanferrari)

“À língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta”

Teoria da Enunciação: É a interação entre pessoas no ato da interlocução, não limitando apenas a palavra ou diálogo, mas envolvendo todo espectro da comunicação verbal, ela leva em conta o tempo e o espaço que está ocorrendo a ação, além dos conceitos sociais ideológicos dos seus participantes. Por isso ela é um processo histórico e impermanente. A enunciação é o fenômeno único pertencente no aqui agora. A Enunciação na lógica Bakhtiniana é orgânica existindo na interlocução, e representa a dicotomia entre língua e fala, e ela é transitória.

Apenas os elementos abstratos considerados no sistema da língua e não na estrutura da enunciação se apresentam destituídos de qualquer valor apreciativo. Por causa da construção de um sistema linguístico abstrato, os linguistas chegaram a separar o apreciativo do significativo, e a considerar o apreciativo como um elemento marginal da significação, como a expressão de uma relação individual entre o locutor e o objeto de seu discurso (Bakhtin - Marxismo e filosofia da linguagem).

Dialogismo: Para que ele ocorra é necessário que algum material semiótico ou linguístico entre no discurso, e tenha se transformado em enunciado. O Dialogismo está presente tanto no que é escrito, quanto em sua leitura, ele existe no próprio processo de percepção do enunciado, estando entre o locutor e o locutório.

Polifonia - É a presença de diversas vozes inseridas em único texto, ele é o contraponto ao romance monofônico, onde só há uma voz sobressalente, já no romance polifônico, cada personagem tem sua própria autonomia e um jeito particular de ver o mundo. Inicialmente ele se inspirou nas obras do seu conterrâneo Dostoiévski.

Bakhtin apesar de não ser um pensador dentro do círculo de psicólogos, ele tem mesmo assim, seu lugar ao sol, ele criticou a psicanálise de Freud, ao mesmo tempo que antecedeu a psicanálise Lacaniana, além de influenciar a psicologia da linguagem e a psicologia do desenvolvimento.

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