quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A Psicologia e a Esclerose Múltipla


A Psicologia e a Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla é uma doença autoimune progressiva crônica, inflamatória e degenerativa, desencadeada por bactérias que imitam a estrutura molecular da mielina, fazendo com que o sistema imune ataque tanto a bactéria quanto a mielina normal. Ela está associada à deterioração irregular da bainha de mielina que circunda os neurônios na matéria branca do sistema nervoso central e é caracterizada por fraqueza muscular, especialmente nas pernas, dormência, tremor, dentre outros sintomas.

A Bainha de mielina é rica em lipídeos revestindo muitos axônios no sistema nervoso central como no periférico. Uma de suas funções é funcionar como um isolante elétrico, e isso auxilia para uma condução mais rápida dos impulsos sinápticos. Esta bainha é formada pelas membranas celulares das células da glia (células de Schwann no sistema nervoso periférico e oligodendróglia no sistema nervoso central).

A Esclerose Múltipla: é uma doença que surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade, ou seja, entre os jovens adultos. Afeta com maior incidência as mulheres do que os homens. Esta patologia é diagnosticada a partir de uma combinação de sintomas e da evolução que a doença apresenta na pessoa afetada, com recurso a exames clínicos/exames complementares de diagnóstico (Ressonância Magnética Nuclear, Estudo de Potenciais Evocados e Punção Lombar). Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2.500.000 pessoas com Esclerose Múltipla (dados da Organização Mundial da Saúde). (Informação disponível no site da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla- SPEM).

É essencial que não apenas o cliente, mas também a sua família tenham acompanhamento psicoterapêutico. Para o sujeito a psicoterapia será importante na aceitação ao diagnóstico e aos tratamentos. Além disso abre um espaço para ele elaborar sua angústia e ansiedade, para assim ele poder desenvolver sua resiliência e fortalecer seu equilíbrio emocional e assim desenvolverá sua capacidade para lidar com a evolução da doença. É importante a ação com a família, pois está também sofre com a evolução da doença e com a progressiva dependência do indivíduo.

“Para poder ajudar, o psicólogo deve trabalhar as reações de uma perda em relação à auto-imagem no reconhecimento de uma doença crônica na vida do indivíduo. Outro trabalho importante é a ajuda a compreender as informações que o paciente recebe de seu médico, a separação e seleção dos “conselhos” e reações dos amigos/familiares bem-intencionados. ” (Renata Chiadi)

Os psicólogos que trabalham com portadores de Esclerose Múltipla devem ter conhecimento sobre o que é a doença e como o seu cliente a percebe, suas preocupações quanto as suas funções cognitivas e ansiedades. Por ser uma doença ainda sem cura o psicoterapeuta pode auxiliar ao seu cliente a lidar com Esclerose Múltipla, desde o diagnóstico até as demais etapas da doença.

“Os problemas mais comuns são as dificuldades e deficiências da atenção e da memória e a redução da rapidez e eficiência do processamento de informações. Há também o déficit da atenção sustentada, ou seja, da capacidade de concentração em determinada atividade, especialmente naquelas que requerem também dividir a atenção com diferentes tarefas, ações ou informações simultâneas. De modo similar estão deficientes tanto a memória a curto-prazo (ou seja, memória operacional, que lida com informações simultâneas, na faixa de segundos), como também a memória a longo-prazo (aprendizado de informações e recordação de fatos ocorridos vários minutos, horas ou dias antes). ” (Elizabeth Ferreira Guimarães Zenha)

Grupos de Apoio: participar de grupos de apoio tem ajudado muitas pessoas de várias formas diferentes. E não seria diferente com a Esclerose Múltipla. São formados por pessoas com um problema em comum e que se reúnem para compartilhar experiências, eles querem ser ouvidas e também precisam escutar e assim entender melhor a doença. Eles podem ser presenciais ou online. Todos os grupos são orientados por profissionais treinados; um líder do grupo, que pode ser um portador ou não ter líder.

Rio de Janeiro 23 de Agosto de 2018
Tiago André M. Malta
CRP: 38560
Contatos: 99420-5918 (claro e whatsapp) ou tiagomaltapsi@gmail.com

Biografia:
Renata Chiadi - https://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-do-acompanhamento-psicologico-em-portadores-de-esclerose-multipla/135701
Elizabeth Ferreira Guimarães Zenha
https://www.programabia.com.br/esclarecendo-/psicologia/deficits-cognitivos-na-esclerose-multipla

Para se aprofundar mais no tema:
V.A. - Desenvolvimento bem-sucedido com esclerose múltipla: um ensaio em psicologia positiva: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v10n2/a17v10n2.pdf

Luísa Pedro e José Luís Pais Ribeiro - Implicações da situação profissional na qualidade de vida em indivíduos com esclerose múltipla: http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/1534/1/SNIP%202010%201286-1294.pdf

Jorge Manuel Oliveira Trindade - Visão actual sobre a pessoa portadora de esclerose múltipla: https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/1569

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