Voltamos a falar de novo deste tema, porém, vou me aprofundar mais sobre o assunto... Pois este tema é muito importante e para facilitar sua fluidez, ele está na moda. Ele se apresenta não só nas famílias “moderninhas”, mas também nas empresas, onde vários nichos de uma linha de produção (fábrica, distribuidora, loja e consumidor) compartilham de sua responsabilidade em cima de um produto. Nas famílias, o processo é um pouco menos complexo de explicar, porém muitas vezes é mais difícil de se entender para colocá-lo em prática. A responsabilidade se dá quando ambos os pais compartilham das mesmas tarefas na criação de seus filhos. Ou seja, não há uma linha de produção, apenas uma fluidez entre atores de um mesmo núcleo.
Nossa sociedade está sempre em processo de mudanças e cada vez mais homens e mulheres compartilham dos mesmos papéis laborais, mulheres motoristas, homens manicures, e daí? Essa não é e nem deveria ser a questão, a questão é: buscarmos igualdade; ou melhor dizendo... equidade. Isso também está acontecendo em outras esferas sociais, como nos relacionamentos afetivos. E se há esse processo todo de abandonar antigos comportamentos que hoje em dia muitos de nós abominamos, isso mais cedo ou mais tarde também se manifesta nas famílias. E certas questões antigas, eu acredito e espero que deixarão de existir, pois dividir os papéis entre gêneros será coisa do passado e cada qual poderá assumir o que se sentir mais confortável.
Só espero que esse termo “responsabilidade compartilhada” um dia seja esquecido. Não me interprete mal, estou falando do termo e não do comportamento em si. Espero que meu filho aja com meus netos dessa forma, não porque seja um verbete que ele leu e isso o comoveu de alguma forma, mas que isso faça sentido para ele naturalmente, como também para seus contemporâneos. Espero que num futuro breve esse texto fique datado, mas eu vivo num mundo onde responsabilidade compartilhada ainda é apenas um modismo. Isso é motivo de atenção, pois muitos modismos são esquecidos quando se passa a “grande onda”, porém outros se tornam hábitos comportamentais, espero que seja esta segunda opção.
Por isso eu preciso fazer minha pergunta cínica, se essa moda cair por terra, onde é que você vai estar inserido ? Saber onde se estará é muito importante para continuar um comportamento, mesmo depois de ser influenciado pela mídia. Quando parar de ser novidade os pais de auditório, e ninguém ligar mais para as fotos e vídeos compartilhados dos super pais, você continuará brincando com seu filho, quando isso não for uma novidade midiática? Espero que sim. Eu desejo no futuro que isso seja algo tão óbvio e natural que você nem se dê conta que está compartilhando essa tal de responsabilidade, e este texto não faça sentido para as próximas gerações, e seja apenas material histórico.
Resumindo assim: Papai e Mamãe, vocês dois têm responsabilidades iguais com os seus filhos. Não existe um papel mais importante e um menos importante para eles, eles precisam de você dois, então por favor não joguem seus filhos no colo um do outro como se fosse uma peteca, isso pode marcar uma criança, fazendo com que ela se sinta rejeitada.
Rio de janeiro, 07 de fevereiro de 2022